Outra vez, eu aqui. Teu coração me gritou tão alto que não tinha como não ouvir e, muito menos, como não agir. Tua angústia me pegou desprevenido, moça, e entrou tão fortemente nesse meu coração que já não bate que chorei tuas lágrimas. Chovestes em mim. Trovão, turbilhão. Aquilo de querer ser calmaria, de lutar contra o vento que te sacode e as lágrimas que te fogem descontroladas.
Eu corro-voando, ao teu encontro e deparo-me com um quarto cinza, frio. Teus olhos, sem vida, fitam-me e, por eles, enxergo todo o teu pesar, o teu medo e o teu desespero. Esse último, foi motivo de tormento pra mim. Nunca foi tão doloroso te ler tão facilmente, menina, nunca foi. Ali, senti o mundo desabar sob meus pés e fui caindo, lentamente, no teu sufoco, nas tuas incessantes interrogações e na tua falta de covardia suficiente. Agarrei-me nesse fio: tu não és covarde, moça.
Sentei-me, sôfrego, ao teu lado e esperei que tua chuva fosse embora. Mas choveu demais essa noite e, mesmo sabendo que a espera seria longa, eu senti medo de deixar você sozinha, embora você não fosse capaz de me ver, ouvir. Teu coração estava fechado pr'aquilo que te é bom e tu estavas remoendo demais tuas amarguras, lutando contra as dúvidas e derramando estas em teu travesseiro. Como disse, você não é covarde, bonita. E me agarrei nesse fio de esperança que me sobrava, assim, pacientemente, esperei, pois sabia ser vã a tentativa de fazer-me ouvir. Não quando teu coração gritava para ti também.
Aos poucos, tua voz foi minguando e a calmaria chegando. Teus olhos demoravam-se mais para abrir e fiquei gratamente aliviado por teres sono e ele chegar sempre na melhor das horas. Entregastes. O coração calou-se, cansado. As lágrimas secaram, os olhos incharam, vermelhos. Sangue. O brilho voltou aos poucos e o vazio desapareceu, completo. Suspirasses as interrogações que sobravam, expulsando-as no respirar e te aninhasses embaixo das cobertas. Então, abrindo os olhos para a vida e olhando ao redor, me vistes e sorristes:
— Que bom você aqui... — e sem terminar a frase, se entregasses ao mais profundo dos sonos, dos sonhos. E das esperanças. Minhas.
TEU CORAÇÃO GRITOU TÃO ALTO
03 agosto 09
Adorei ter conhecido tanta gente inspirada hoje,da ate pra montar um sarau!
ResponderExcluirMaaa,
ResponderExcluiré claro que pode!É dessas esperancices que a gente deve alimentar a alma...já tem tanta coisa ruim por aí, né? Às vezes uma palavra bonita salva nosso dia!
um beijo procê, moça bonita do coração gigante! *.*
É preciso tanta coragem pra chover assim, Fê. Covarde nunca, não há duvidas.
ResponderExcluirdeu vontade de dançar de olhos fechados, ao ler...
ResponderExcluirA esperança dele. O conforto dela.
ResponderExcluirBonito demais, isso.
Beijo, flôr.
:*
Lindo, lindo,lindo!
ResponderExcluirAliás, como tudo que escreve...
Esperança é uma das palavras mais bonita que conheço!
Beijos,
Lu.
terminei meu ponto. beijo e espero [de verdade] que goste!
ResponderExcluirque bom que gostou. confesso que fiquei um pouco insegura no começo, e acho até que fiz o sol que raiava no conto transformar-se em chuva. mas a história me parecia triste e foi como fluiu... preferi não ler nenhum outro, só o seu e o da Marina, depois que postei fui correndo dar uma olhadela nos outros, e fiquei admirada de como cada pessoa deu um toque especial, cada qual a sua maneira.
ResponderExcluiragora, fiquei com gostinho de quero mais.
beijos!
São dessas esperanças, loucas, sedentas, entregues que a gente vive...
ResponderExcluirBelo texto...
Belo...
Belo...
Beijo na alma,
Solange
http://eucaliptosnajanela.blogspot.com
Esperança é algo tão bom, melhor ainda quando não é em vão.
ResponderExcluirBelas palavras. Os textos aqui sempre são lindíssimos. Adorei!
É um desespero. É um sentir na pele. Um grito. É o coração acelerado. Quando te leio, parece que estou gritando um poema...
ResponderExcluirUm beijo.
nossa, otimo texto.... e ja vi olhos assim, coração assim, ja vi... ja senti, ja tive.... mas o fio nunca se quebra, quando é tudo verdadeiro... quando é feito, é unico.
ResponderExcluirOtimo Blog! moça!
Apareço mais vezes aqui!
Grande Abraço!
ah, eu não nasci pra esperar.
ResponderExcluiresperanças são combustíveis, rs, mas óbvio que não devemos pautar tudo nelas, rs
ResponderExcluirBons dias
Saudades daqui.
ResponderExcluirBeijos
eu acho lindo o modo como você escreve, tem tanta emoção.
ResponderExcluirUm tanto pessoal.
ResponderExcluirCadinho RoCo
Valeu!
ResponderExcluirMuito obrigada pela dica.Vou tentar fazer isso!!
beijosss
- Dizem que a pior dor é a de esperar. Eu nego! A pior dor é a de quem não espera mais nada.
ResponderExcluirAmo pacas esses seus textos!
Beijo moça bunitaa
ganhaste uma nova seguidora
ResponderExcluir=D
A última frase está especialmente demais.
ResponderExcluirÓtimos textos!
Parabéns!
Seu texto prolongou minha semana de reflexão...acabei de ler Crepúsculo e tudo me lembra o livro.
ResponderExcluirSeu modo de escrever, mais uma vez, me emocionou... Agora vou dormir imaginando a cena... um quarto cinza, huva, turbilhão... turbilhão de pensamentos que agora rondam minha mente.
Bjuxx!!