Dei-te pouco demais
o outro lado deste aqui
De manhã, vez em quando você me assustava quando acordava primeiro e me fitava. Odiava quando fazia isso, mas hoje, trocaria minhas reclamações para viver mais uma vez.
Talvez, se você soubesse que sinto falta das suas piadas quando assistíamos filmes — eu morria de rir e amava isso em você. Juro que se você quisesse deixar a pia limpa toda vez que fosse cozinhar, não implicaria mais. Porque sei que isso é seu.
Talvez, se você soubesse que a distância atrapalhou um pouco. E que eu tive medo de tudo o que via você sentir. Não te doesse tanto o nosso fim. Talvez se pudesse voltar no tempo e ter lhe dado um pouco mais de atenção quando você só precisava que eu te entendesse, compreendesse sua dor – ainda houvesse espaço para uma amizade florescer.
Talvez se eu pensasse mais no seu narizinho e em como seus olhos se fecham quando você sorri, eu não tivesse partido. Porque essas são daquelas coisas que acho mais bonitas quando te olho. É tudo o que já vem pronto, é a porta de entrada para esse seu jeitinho doce, sutil.
Talvez se eu fosse mais corajosa e esperta, não teria lhe perdido naquele tempo. Te disse que havia uma forma de ficarmos juntas, mas não era suficiente para você. E eu entendo.
Dei-te pouco demais, para o tanto que você merecia.
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