Eu te quero, mas, na boa, foge de mim!
escrito por Mafê Probst
Se eu fosse você, eu fugia.
Na boa mesmo, conselho de amiga. Eu sei que estou emocionalmente envolvida e você também parece estar, mas, honestamente? Foge. Sério mesmo. É melhor fugir enquanto a gente está nutrindo esse sentimento bom, sabe? Ir embora com aquele gostinho de coisa boa na boca, com as memórias mais lindas e a trilha sonora mais gostosinha. Ir embora com o coração cheio de felicidade, com riso dançando frouxo e os olhinhos brilhando.
Por que estou te dizendo isso? Por que eu sei que vai machucar, cedo ou tarde. Eu sei que a gente vai se desentender e não vai ter conserto, aí iremos embora com um gosto amargo, memórias traiçoeiras, músicas odiadas e saudade de tempo bom. Melhor ficar só com o tempo bom, saca? Evitar destruir nosso conto de fadas com farpas e raivas e ódios que, por ventura, possam vir a acontecer.
Eu poderia pagar para ver? Poderia.
Mas a intuição grita do lado de cá, desde que esbarrei minha história na tua, implorando para partir enquanto está tudo bom, enquanto está tudo bem. A intuição me diz que somos instantes, não presença constante. Nascemos para ser um suspiro bom. Uma enlaço gostoso. Uma lembrança dessas bem bonitas, tatuadas na memória e relembradas diariamente, quase que todo tempo, toda hora.
Na boa? Foge. Fugimos.
Carregamos na bagagem nossa história linda, cada um com a sua. Levo teu sorriso pra guardar na estante, deixo meu sorriso por dias melhores. Mas foge. Antes que a rotina chegue, antes que o furacão dos destrua, antes que não sobre trilha sonora e boa memória. Antes que a saudade vire amargura. Antes que seja desventura. Antes que não sobre mais eu e você para relembrar uns dias bonitos, quando tudo era blues e sorrisos e descobertas.
Foge. Fugimos. Desfazemos laço para não deixar de ser nós.
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